Cada vez mais internacional

2º edição do Seminde atraiu mais países e evento passará a ser bianual

A segunda edição do Seminário Internacional de Defesa (Seminde) de Santa Maria terminou na sexta-feira demonstrando a evolução do evento. Além do número de participantes, outros dados revelam o crescimento. Um deles é a presença das delegações internacionais. Em 2014, apenas Chile e Uruguai enviaram representantes.

Neste ano, participantes de Suíça, Itália, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Uruguai e Suécia se inscreveram e acompanharam o seminário, que teve tradução simultânea.
Algumas mudanças foram feitas para favorecer o contato entre os participantes, como a redução do tempo das palestras e aumento do período de coffe-break. Isso porque percebeu-se, a partir da primeira experiência, que é nos intervalos que militares, empresários e pesquisadores trocam experiências, cartões de visitas e falam de negócios.

– É o melhor momento para firmar parcerias – diz o empreendedor e gestor do Santa Maria Tecnoparque, Cristiano Silveira.
Para a próxima edição, outra mudança que ainda será discutida é a alteração da frequência do Seminde.

Possivelmente o evento deixará de ser anual para ocorrer de dois em dois anos, em anos ímpares. Assim, os organizadores podem aproveitar a LAAD, maior evento latino-americano de defesa e segurança, que ocorre em abril no Rio de Janeiro, para dar maior visibilidade ao evento.


Entrevista: General Guido Amin, chefe dos projetos estratégicos do Exército
“Temos todos os elementos da receita de sucesso nessa área”

O militar que coordena a gestão dos projetos estratégicos do Exército Brasileiro, general-de-brigada Guido Amin Naves esteve em Santa Maria pela primeira vez, para participar do 2º Seminde. Ele proferiu a palestra de encerramento do evento, substituindo o general-de-exército Sérgio Westphalen Etchegoyen, que é chefe do Estado Maior do Exército e não pôde vir à cidade. À frente do setor que pensa o Exército do futuro, com metas de implantação de inovações para 8, 10 e 20 anos, Amin vê as parcerias entre universidades, empresas e o governo, através das Forças Armadas, como o caminho mais promissor para o desenvolvimento da indústria nacional de defesa e da capacidade de operação de Exército, Marinha e Aeronáutica.

Diário de Santa Maria – Como o senhor avalia esta segunda edição do Seminde?
General-de-Brigada Guido Amin Naves –
Eu vejo que a cidade de Santa Maria, tanto na parte do poder público, quanto a universidade e os empresários, enxergou uma possibilidade interessante de participar de maneira mais incisiva da discussão de defesa. Isso, para nós, é muito importante porque a discussão acerca de defesa não pode ficar restrita aos círculos militares. Ela tem que extrapolar para toda a sociedade. Defesa é um tema que interessa à sociedade. Os militares são um instrumento disso, que a própria sociedade decide armar, equipar, subvencionar, pagar e lhes dar as tarefas. Essa discussão tem que extrapolar os muros dos quartéis e ganhar a sociedade.

Diário – E a defesa ganha maior projeção junto à sociedade quando se veem investimentos em tecnologia?
General Amin
– O investimento, a pesquisa em defesa, tem vários exemplos de dualidade na tecnologia, de emprego em questões de interesse civil que inicia com pesquisa militar. Temos muitos exemplos: o próprio GPS, que hoje ninguém vive sem um, nasceu como uma pesquisa militar para ajudar a orientação de soldados em área de deserto, onde não há muitas referências no terreno. E muitas outras, conservação de alimentos, o telefone celular, o rádio, tudo isso que tem uso corrente, começou com pesquisa tecnológica na área militar. É uma produção que envolve altíssimo valor agregado, geração de empregos de qualidade, todo um efeito sinérgico do qual a sociedade se vale.

Diário – Diante do momento de crise, os investimentos poderão ser interrompidos?<

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